Você já ouviu falar em bartolinite?
Conheça a doença que causa desconforto em pacientes femininas e impede a lubrificação vaginal
As glândulas de Bartholin, localizadas na vulva são responsáveis por excretar secreção que ajudam na lubrificação da vagina. As glândulas de Bartholin podem inflamar devido à obstrução e acúmulo do líquido lubrificante em seu interior, causando a Bartolinite.
A obstrução das glândulas de Bartholin é causada por infecções no contato da vulva com bactérias, como a E. coli e a Chlamydia trachomatis, bastante presente no intestino e causadora de quadros de infecção urinária. Além disso, outras bactérias, como estreptococos e estafilococos, também podem ocasionar a doença.
Dependendo do quadro da paciente, a inflamação pode evoluir e gerar abscesso na vulva, com secreção de pus. Nem sempre a formação de cistos ocasiona na Bartolinite:
Cisto de Bartholin: Os cistos de Bartholin são resultado do inchaço, geralmente indolor, das glândulas, provocando bloqueio dos ductos que realizam o escoamento do muco.
Bartolinite: A bartolinite ocorre quando o interior do cisto infecciona, resultando em abscesso, semelhante a um furúnculo, que possui pus.
Não é sexualmente transmissível, mas algumas das bactérias que podem provocar a doença são sexualmente transmissíveis, como a Chlamydia trachomatis (que causa a clamídia) e a Neisseria gonorrhoeae (que causa gonorreia).
Os principais sintomas da bartolinite são: dor extrema, inchaço, vermelhidão, edema, formação de pus, calor e desconforto no local. A doença também ocasiona dificuldade ao andar, sentar e de ter relações sexuais. Além dos sintomas citados, algumas pacientes também podem apresentar febre. Ainda, é importante informar que, quando a paciente com bartolinite apresenta corrimento vaginal amarelado ou esverdeado, geralmente, pode indicar que a causa da doença é uma IST.
O diagnóstico de bartolinite é clínico, com exame físico para identificar a inflamação e o aumento de volume das glândulas de Bartholin. O exame é simples, pode ser feito na primeira consulta. Em mulheres acima dos 40 anos é recomendada a biópsia e drenagem do cisto para descartar a possibilidade de câncer.
Após a confirmação da doença, as opções de tratamento são recomendadas de acordo com o avanço da infecção. Assim, entre as alternativas para tratar a bartolinite, pode-se destacar:
- Banhos de assento (imersão da região genital em água morna): indicada para casos em que o abscesso ainda é pequeno e pouco doloroso. Com duração de 15 minutos, de 3 a 4 vezes por dia, o procedimento pode aliviar os sintomas e ajudar um cisto pequeno e infectado a romper e drenar sozinho.
- Drenagem cirúrgica: a intervenção médica acontece de forma simples, sendo realizada uma incisão face mucosa da glândula. Após a drenagem, a(o) médica(o) insere um pequeno cateter de borracha dentro do cisto, para evitar que haja acúmulo de pus no local novamente.
- Antibióticos: essa opção é indicada para pacientes casos em que a drenagem não ocorre de forma efetiva. Casos provocados por alguma IST são tratados com o antibiótico indicado para cada doença.
- Marsupialização: é o procedimento cirúrgico indicado nos casos de abscesso recorrente, quando, mesmo após a drenagem do líquido, a glândula volta a acumular líquido. O profissional realiza uma pequena incisão no abscesso, suturando as bordas da glândula com a pele, mantendo uma abertura pequena e permanente, para evitar que os fluidos voltem a acumular.
- Retirada da glândula (Bartolinectomia): a cirurgia para remoção completa das glândulas de Bartholin só é indicada quando nenhum dos tratamentos tiveram efeito.
Essas são as formas mais comuns de tratamento da Bartolinite. Vale ressaltar que o método ideal será indicado conforme o resultado obtido pela análise médica. Sendo recomendado iniciar um tratamento, apenas, com a avaliação de um(a) profissional de saúde.