Câncer de colo do útero: entenda sintomas, tratamentos e prevenções
Segundo o Instituto do Câncer (Inca), o câncer de colo do útero é o segundo mais comum entre as mulheres e o quarto que mais mata

 

Anualmente, em todo o mundo, mais de 7,6 milhões de pessoas morrem em decorrência do câncer, aponta levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No Brasil, o câncer representa a segunda maior causa de morte por doenças, atrás apenas das cardiovasculares. Sendo que, de acordo com as previsões, a incidência para 2020 atinja 625 mil novos casos, aumento de 28% em uma década. Entre um dos mais comuns, está o câncer de colo do útero, também conhecido por câncer cervical, segundo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas para o de mama.

 

Saiba mais: https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer

Localizado na porção inferior do útero, no fundo da vagina, o colo do útero é uma área extremamente sensível e propensa a doenças. O câncer na região atinge, em sua maioria, mulheres com mais de 25 anos e é causado pelo agente viral Papilomavírus Humano (HPV), transmitido por via sexual. Atualmente, a melhor forma de prevenção contra o vírus é a vacina contra o HPV. Segundo o Ministério da Saúde, ela protege contra os subtipos de HPV responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero.

 

 

Sintomas

Durante os estágios iniciais, é possível que a mulher não tenha nenhum tipo de sintoma aparente. Entretanto, é fundamental estar atenta a sinais importantes e que podem apontar o câncer de colo do útero:

  • Sangramento vaginal após relação sexual
  • Sangramento ou manchas no intervalo entre as menstruações
  • Sangramento após a menopausa
  • Corrimento vaginal de cor escura e mau cheiro

 

Já nos estágios mais avançados, é necessário se alertar quanto a outros avisos dados pelo corpo:

  • Dores na lombar
  • Dores abdominais
  • Perda de apetite
  • Perda de peso
  • Massa palpável no colo de útero
  • Hemorragias
  • Obstrução das vias urinárias e intestinos

 

Diagnóstico

O citopatológico de Papanicolau pode rastrear a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas. O exame consegue detectar aproximadamente 80% dos casos de câncer do colo do útero, até mesmo na fase assintomática, ou seja, antes do surgimento dos sintomas.

 

O diagnóstico definitivo depende do resultado de biópsia realizada através de Colposcopia. Nesse exame o colo uterino é visualizado com um microscópio qua aumenta quarenta vezes a imagem, permitindo a localização precisa da lesão.

 

Estágios

Os estágios do câncer do colo do útero variam do I, considerada inicial, ao IV, casos mais avançados. Esses níveis se baseiam no grau de disseminação do câncer:

  • Estágio I: confinado no colo do útero
  • Estágio II: disseminou para fora do colo do útero, mas ainda se encontra dentro da pelve
  • Estágio III: disseminou por toda a pelve. Podendo alcançar a parte inferior da vagina, bloquear os ureteres causando disfunção do rim e, até mesmo, se disseminar até os linfonodos próximos da aorta.
  • Estágio IV: disseminou para fora da pelve, podendo disseminar para a bexiga, reto e órgãos distantes.

 

Tratamento

O tratamento para o câncer de colo do útero depende do estágio da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como o desejo de ter filhos. Basicamente, são três tipos de abordagens: cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

 

No caso de lesões pré-malignas, as lesões podem ser estirpadas ou destruídas em procedimento ambulatóro no consultório do médico ginecologista.

A alternativa cirúrgica, compreende na retirada  parcial ou total do colo, podendo requerer  até a remoção completa do útero (histerectomia).

 

A quimioterapia geralmente é indicada para tumores mais agressivos e em estágios avançados. Já a radioterapia externa ou interna (braquiterapia) também tem apresentado resultados bastante positivos, principalmente na eficácia para reduzir as células cancerosas ou diminuir o tamanho do tumor.

 

Prevenção

A principal estratégia para detectar lesões precursoras e prevenir o avanço de um possível câncer de colo do útero é fazer anualmente o exame preventivo, conhecido como Papanicolau. A realização periódica favorece o diagnóstico precoce e, consequentemente, aumenta a chance de sucesso no tratamento.

 

Além disso, para prevenir a doença, utilizam-se práticas relacionadas à diminuição do risco de contágio pelo HPV. Portanto, a vacina é uma medida preventiva indispensável. Ela é considerada totalmente segura e possui eficácia comprovada contra alguns dos principais tipos de vírus relacionado ao câncer.

 

Outro ponto importante é ressaltar o uso da camisinha na relação sexual. Além da infecção do HPV, o preservativo previne outros tipos de vírus, como o vírus da Aids.

 

Procure um especialista

A melhor maneira de detectar um câncer de colo do útero de forma precoce é realizando anualmente os exames de rotina. Por isso, toda mulher entre 25 e 64 anos e que tem, ou já teve, vida sexual ativa, deve estar atenta a essa periodicidade, já que o adiamento do diagnóstico permite o agravamento dos sintomas ou mesmo o surgimento de um quadro irreversível.