Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida tem origem nos folículos dos ovários, já presentes no nascimento. Quando a mulher nasce, tem em média 1 a 2 milhões desses folículos, mas, durante a infância, ela perde parte dessas células, tanto que na primeira menstruação tem cerca de 400 mil folículos, número bem menor que o presente nos momentos iniciais da vida.
Quando o número de folículos acaba, a mulher não produz mais óvulos, o que leva a uma queda hormonal e ao fim da fase reprodutiva. Isso porque na formação dos óvulos, os folículos são os principais responsáveis pela produção dos hormônios. Com o fim desse processo, eles diminuem de forma drástica. Contudo, antes da menopausa, o organismo dá dicas de que ela pode estar próxima.
- Menstruação irregular
O principal sintoma que define a proximidade da menopausa é a irregularidade na menstruação. Pode acontecer de não descer em um mês, ficar meses sem descer ou descer duas vezes no mesmo mês. Isso porque a baixa hormonal impede que o útero se prepare regularmente para uma possível gravidez, fato que interfere diretamente na menstruação. Contudo, há exceções e algumas mulheres apresentam um ciclo regular até a menopausa.
- Ondas de calor
Esse sintoma é um dos mais relatados pelas mulheres. As ondas (fogachos) surgem de forma inesperada e causam crises de calor, atingindo especialmente a parte superior do tronco, o pescoço e o rosto. Por vezes, a pele da face fica avermelhada e a mulher começa a suar excessivamente, devido a intensidade de calor. Geralmente a sensação dura entre meio e cinco minutos e pode ocorrer com frequência durante mais de um ano, em algumas mulheres, por mais de cinco anos.
- Oscilações de humor
Nesta fase também pode ser observado algumas mudanças de humor repentinas. O motivo é que os hormônios responsáveis pelo funcionamento do sistema nervoso central são exatamente o estrógeno e a progesterona, que ficam baixos na menopausa. Esses hormônios atuam em todos os neurotransmissores cerebrais. Sensação de irritabilidade, melancolia, ansiedade e choro são outros sintomas que podem se manifestar nessa fase.
- Mudanças urogenitais
Há diversas alterações urogenitais na mulher, essas incluem dificuldade em esvaziar a bexiga, incontinência urinária e infecções que atingem a bexiga e a uretra com frequência. Além disso, ela pode sentir diminuição na libido, ressecamento vaginal e dor na relação sexual.
- Alterações do sono
O estrogênio e a progesterona também estão relacionados à regulação do sono da mulher. Por isso, é possível que ela sinta dificuldade para dormir como antes. As ondas de calor também interferem, já que podem ocorrer durante a noite e atrapalhar o momento de descanso. Se a mulher perceber que seu sono já não é o mesmo, é importante buscar cuidar do problema, já que se a insônia eventual persistir pode se tornar crônica.
Tratamento
Para aliviar os sintomas, a mulher pode recorrer à terapia de reposição hormonal. Mas a indicação deve ser feita pela médica com experiência em ginecologia endócrina, a qual irá avaliar a paciente minuciosamente, levando em conta quais são as alterações orgânicas, comportamentais, o momento de vida em que se encontra, entre outros fatores.
A terapia hormonal pode ser feita de forma sistêmica ou localizada, via oral, transdérmica ou subcutânea. A via de administração, as quantidades e a duração são individualizadas. Cada pessoa tem necessidades diferentes e essas necessidades variam com o tempo e o momento de vida.
Uma rotina saudável que inclui boa alimentação, atividade física regular, bem como hábitos de não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas também pode ajudar a minimizar os sintomas desconfortáveis e permitir longevidade saudável.