Menopausa precoce, por que acontece?

Dra. Ana Luiza | Brasília, DF

Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida tem origem nos folículos dos ovários, já presentes no nascimento. Quando a mulher nasce, tem em média 1 a 2 milhões desses folículos, mas, durante a infância, ela perde parte dessas células, tanto que na primeira menstruação tem cerca de 400 mil folículos, número bem menor que o presente nos momentos iniciais da vida.

Quando o número de folículos acaba, a mulher não produz mais óvulos, o que leva a uma queda hormonal e ao fim da fase reprodutiva. Isso porque na formação dos óvulos, os folículos são os principais responsáveis pela produção dos hormônios. Com o fim desse processo, eles diminuem de forma drástica. Contudo, antes da menopausa, o organismo dá dicas de que ela pode estar próxima. 

  1. Menstruação irregular

O principal sintoma que define a proximidade da menopausa é a irregularidade na menstruação. Pode acontecer de não descer em um mês, ficar meses sem descer ou descer duas vezes no mesmo mês. Isso porque a baixa hormonal impede que o útero se prepare regularmente para uma possível gravidez, fato que interfere diretamente na menstruação. Contudo, há exceções e algumas mulheres apresentam um ciclo regular até a menopausa.

  1. Ondas de calor

Esse sintoma é um dos mais relatados pelas mulheres. As ondas (fogachos) surgem de forma inesperada e causam crises de calor, atingindo especialmente a parte superior do tronco, o pescoço e o rosto. Por vezes, a pele da face fica avermelhada e a mulher começa a suar excessivamente, devido a intensidade de calor. Geralmente a sensação dura entre meio e cinco minutos e pode ocorrer com frequência durante mais de um ano, em algumas mulheres, por mais de cinco anos.

  1. Oscilações de humor

Nesta fase também pode ser observado algumas mudanças de humor repentinas. O motivo é que os hormônios responsáveis pelo funcionamento do sistema nervoso central são exatamente o estrógeno e a progesterona, que ficam baixos na menopausa. Esses hormônios atuam em todos os neurotransmissores cerebrais. Sensação de irritabilidade, melancolia, ansiedade e choro são outros sintomas que podem se manifestar nessa fase.

  1. Mudanças urogenitais

Há diversas alterações urogenitais na mulher, essas incluem dificuldade em esvaziar a bexiga, incontinência urinária e infecções que atingem a bexiga e a uretra com frequência. Além disso, ela pode sentir diminuição na libido, ressecamento vaginal e dor na relação sexual.

  1. Alterações do sono

O estrogênio e a progesterona  também estão relacionados à regulação do sono da mulher. Por isso, é possível que ela sinta dificuldade para dormir como antes. As ondas de calor também interferem, já que podem ocorrer durante a noite e atrapalhar o momento de descanso. Se a mulher perceber que seu sono já não é o mesmo, é importante buscar cuidar do problema, já que se a insônia eventual persistir pode se tornar crônica.

Tratamento

Para aliviar os sintomas, a mulher pode recorrer à terapia de reposição hormonal. Mas  a indicação deve ser feita pela médica com experiência em ginecologia endócrina, a qual irá avaliar a paciente minuciosamente, levando em conta quais são as alterações orgânicas, comportamentais, o momento de vida em que se encontra, entre outros fatores.

A terapia hormonal pode ser feita de forma sistêmica ou localizada, via oral, transdérmica ou subcutânea. A via de administração, as quantidades e a duração são individualizadas. Cada pessoa tem necessidades diferentes e essas necessidades variam com o tempo e o momento de vida.

Uma rotina saudável que inclui boa alimentação, atividade física regular, bem como hábitos de não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas também pode ajudar a minimizar os sintomas desconfortáveis e permitir longevidade saudável.

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