A menopausa marca uma transição biológica importante, que vai além da suspensão da menstruação. Com a queda dos hormônios sexuais femininos — especialmente o estrogênio — ocorrem diversas alterações metabólicas e cardiovasculares, muitas vezes silenciosas, que aumentam os riscos para a saúde da mulher.
Neste artigo, você vai entender como a menopausa afeta o metabolismo e o coração, e quais estratégias ajudam a preservar a saúde nessa fase da vida.
O que muda no metabolismo?
A partir da menopausa, muitas mulheres notam dificuldade para perder peso, acúmulo de gordura abdominal e diminuição da massa muscular.
Essas mudanças têm explicação hormonal:
- A queda de estrogênio reduz o gasto energético basal;
- Aumenta a resistência à insulina;
- E favorece o acúmulo de gordura visceral, associada a maior risco cardiovascular.
Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 2021
Fonte: Menopause Review, 2020
E o impacto sobre o coração?
Antes da menopausa, o estrogênio exerce um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular. Com sua diminuição, esse escudo natural se perde — e os riscos aumentam.
O que pode ocorrer:
- Aumento do colesterol LDL (“ruim”) e redução do HDL (“bom”);
- Elevação da pressão arterial;
- Maior risco de doença coronariana e acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo a American Heart Association, a menopausa é um dos marcos mais importantes para o início do risco cardiovascular feminino, mesmo em mulheres antes consideradas de baixo risco.
Fonte: Circulation. 2020;141:e841–e858
O que pode ser feito?
A boa notícia é que essas alterações não são inevitáveis. Com medidas preventivas e acompanhamento médico, é possível preservar a saúde metabólica e do coração:
- Alimentação anti-inflamatória
Reduza açúcares, ultraprocessados e gorduras trans. Aumente o consumo de vegetais, frutas vermelhas, peixes e azeite de oliva. - Atividade física regular
Combinação de musculação com exercícios aeróbicos melhora a sensibilidade à insulina e reduz a gordura visceral. - Acompanhamento laboratorial
Avaliações periódicas de colesterol, glicemia e hormônios ajudam na prevenção,no diagnóstico precoce e no tratamento. - Terapia hormonal personalizada
Pode ser indicada para mulheres sintomáticas, que não tenham contraindicações, e ajuda a preservar a saúde cardiovascular quando iniciada precocemente.
Fonte: NAMS 2022 – Position Statement on Cardiovascular Disease and Menopause