Menopausa, metabolismo e coração: o que muda e como se proteger?

Dra. Ana Luiza | Brasília, DF

A menopausa marca uma transição biológica importante, que vai além da suspensão da menstruação. Com a queda dos hormônios sexuais femininos — especialmente o estrogênio — ocorrem diversas alterações metabólicas e cardiovasculares, muitas vezes silenciosas, que aumentam os riscos para a saúde da mulher.

Neste artigo, você vai entender como a menopausa afeta o metabolismo e o coração, e quais estratégias ajudam a preservar a saúde nessa fase da vida.


O que muda no metabolismo?

A partir da menopausa, muitas mulheres notam dificuldade para perder peso, acúmulo de gordura abdominal e diminuição da massa muscular.

Essas mudanças têm explicação hormonal:

  • A queda de estrogênio reduz o gasto energético basal;
  • Aumenta a resistência à insulina;
  • E favorece o acúmulo de gordura visceral, associada a maior risco cardiovascular.

Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 2021
Fonte: Menopause Review, 2020


E o impacto sobre o coração?

Antes da menopausa, o estrogênio exerce um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular. Com sua diminuição, esse escudo natural se perde — e os riscos aumentam.

O que pode ocorrer:

  • Aumento do colesterol LDL (“ruim”) e redução do HDL (“bom”);
  • Elevação da pressão arterial;
  • Maior risco de doença coronariana e acidente vascular cerebral (AVC).

Segundo a American Heart Association, a menopausa é um dos marcos mais importantes para o início do risco cardiovascular feminino, mesmo em mulheres antes consideradas de baixo risco.

Fonte: Circulation. 2020;141:e841–e858


 O que pode ser feito?

A boa notícia é que essas alterações não são inevitáveis. Com medidas preventivas e acompanhamento médico, é possível preservar a saúde metabólica e do coração:

  1. Alimentação anti-inflamatória
    Reduza açúcares, ultraprocessados e gorduras trans. Aumente o consumo de vegetais, frutas vermelhas, peixes e azeite de oliva.
  2. Atividade física regular
    Combinação de musculação com exercícios aeróbicos melhora a sensibilidade à insulina e reduz a gordura visceral.
  3. Acompanhamento laboratorial
    Avaliações periódicas de colesterol, glicemia e hormônios ajudam na prevenção,no diagnóstico precoce e no tratamento.
  4. Terapia hormonal personalizada
    Pode ser indicada para mulheres sintomáticas, que não tenham contraindicações, e ajuda a preservar a saúde cardiovascular quando iniciada precocemente.

Fonte: NAMS 2022 – Position Statement on Cardiovascular Disease and Menopause

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