A endometriose engorda? Saiba mais sobre a doença

Dra. Ana Luiza | Brasília, DF

A endometriose engorda? Saiba mais sobre a doença

Segundo a Associação Brasileira de Endometriose (SBE), sete milhões de mulheres no Brasil possuem essa patologia

 

Cólicas menstruais em excesso, dores pélvicas crônicas, dor na  relação sexual, sangramento menstrual acima do normal e, até mesmo, infertilidade. Esses são alguns dos principais sintomas da endometriose, uma doença ginecológica que acomete mais de sete milhões de brasileiras, segundo levantamento da Associação Brasileira de Endometriose (SBE). Uma das dúvidas principais é se a endometriose engorda. Você sabe o que é essa patologia, quais as possíveis causas e o principais tratamentos?

Basicamente, trata-se de uma doença onde o endométrio (tecido de revestimentodo útero),  cresce fora da cavidade uterina  podendo comprometer as trompas, os ovários, a bexiga e os intestinos. Esse crescimento anormal gera inflamação, resultando nos sintomas citados, sendo que algumas pacientes que contraíram a doença também relataram engordar.

 

Afinal, a endometriose engorda?

Ainda não existe nenhuma comprovação científica que relaciona a endometriose com o aumento do peso. Essa sensação de engorda” é devido ao inchaço abdominal e a retenção de líquido causados pela doença, além do uso de medicação hormonal no tratamento, como o DIU hormonal  e as pílulas anticoncepcionais. Estes métodos ajudam a  atrofiar o tecido endometrial, porém também contribuem para o efeito colateral do aumento de peso.

 

Possíveis causas para Endometriose

Apesar de não haver nenhum tipo de resposta completamente esclarecedora sobre as causas da doença, é sabido que qualquer mulher com idade reprodutiva pode apresentar a endometriose. O ponto principal, porém, é a demora no diagnóstico.

Segundo pesquisa do Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade (Gapendi), 38% das mulheres levaram de cinco a oito anos para descobrir que estavam com a doença. Mas já possível ver uma luz no fim do túnel. Alguns estudos científicos apontam que fatores genéticos, ou seja, hereditários, podem ser algumas das principais causas.

Outros pontos mencionados são alterações no sistema imunológico, que predispõe o corpo para geração da doença. O excesso de peso; estresse; e problemas hormonais também contribuem.

 

Principais tratamentos para Endometriose

O tratamento para a doença dependerá fundamentalmente da gravidade e do grau de endometriose da paciente, além da idade e do desejo ou não de ter filhos. Dentre as opções, os principais são: uso de medicamento para controlar a dor e a evolução; cirurgia para retirada das áreas afetadas; e cirurgia completa, que inclui a retirada dos dois ovários.

O tratamento conservador com medicamentos visa interromper o ciclo menstrual e, para isso, são usados métodos anticoncepcionais, podendo ser em pílulas, injetáveis ou o DIU hormonal. Ainda há a possibilidade de terapias medicamentosas que impedem a produção de estrogênio pelos ovários, os agonistas do GnRH.

Já as opções cirúrgicas não são indicadas para todos os tipos de casos. Geralmente são recomendados para endometrioses profundas e quando os tratamentos medicamentosos não são bem-sucedidos. A técnica chamada laparoscopia é pouco invasiva e conta com alto grau de sucesso, ela permite remover todos os focos e retirar os cistos, sendo o método mais comum quando há a necessidade de intervenção. Já a histerectomia somente está indicada em casos refratórios a todos os  demais tratamentos.

Os hábitos saudáveis são comprovadamente pontos positivos. Portanto, ingerir alimentos ricos em vitaminas C, D, E, B6, B9 e B12; realizar atividades físicas frequentes; melhorar a alimentação e reduzir a ingestão de álcool trazem benefícios.

 

Tipos de endometriose

A endometriose é classificada em três  graus (leve, moderada e grave) e,  de acordo com o grau de intensidade da doença, é separada em seis tipos:

  • Endometriose superficial: é o tipo mais comum e menos grave. Geralmente atinge o tecido que recobre internamente os órgãos da cavidade pélvica e abdominal, o peritônio.
  • Endometriose profunda: quando a doença se instala por mais de cinco milímetros na parede de um órgão. Durante o período menstrual, a paciente sente maiores sintomas.
  • Endometriose de parede: nesse tipo, a parede abdominal é atingida e causa muitas dores à paciente.
  • Endometriose de septo reto-vaginal: provoca lesões na região ente a vagina e o reto, causando enorme desconforto durante ato sexual ou ao urinar.
  • Endometriose no ovário: resulta na formação de cistos dentro do ovário. Ela é considerada moderada pelo fato de poder afetar no processo de ovulação, resultando em infertilidade.
  • Endometriose pulmonar: ocorre quando o tecido endometrial responsivo aos hormônios se desenvolver na região pulmonar. É o tipo mais raro da doença.

A doença geralmente acomete de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva e pode ser diagnosticada por exames de imagem, ultrassom e biópsia. Por isso, buscar o médico ginecologista  assim que sentir incômodos é a melhor  forma de diagnóstico e tratamento da endometriose.

 

É possível engravidar tendo endometriose?

A mulher que desenvolver a doença terá maiores dificuldades para engravidar de forma natural. Isso ocorre porque existe a possibilidade das tubas uterinas serem fechadas ou entupidas, deste modo o óvulo e o espermatozoide terão maiores dificuldade de se encontrarem.

Em resumo, sim. É possível engravidar tendo endometriose, sendo  que as chances aumentam com o diagnóstico precoce, na fase inicial da enfermidade;  o uso de medicamentos para impedir o agravamento e a realização de cirurgia, quando indicada, para remover o tecido endometrial que estiver na cavidade abdominal; nestes casos, os estudos mostram uma chance de até 60%.

 

A ENDOMETRIOSE REQUER TRATAMENTO IMEDIATO

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